Vagas nas ruas estão 'privatizadas'
(Foto: Diário do Pará)
Quantas vezes você já se deparou com a seguinte situação: procurar vaga pra estacionar e descobrir que alguns espaços estão reservados? E o pior, de maneira irregular? Basta passar por algumas ruas da cidade para encontrar facilmente esses flagrantes de ocupação.
“Às vezes é bem difícil encontrar vaga e, quando você acha, está guardada. É como se a rua tivesse dono”, reclama o autônomo Manoel Moraes, que precisa se locomover de carro diariamente. E para reservar a vaga vale de tudo: cones, cavaletes, estruturas feitas com cimento e até mesmo baldes.
De acordo com um flanelinha, que não quis se identificar, a prática é comum. “Em lugares que estão sempre cheios a gente tenta guardar vaga porque ganha um pouco mais”, conta.
Até mesmo moradores e comerciantes tentam garantir um espaço dessa maneira. Marlene Iunes, proprietária de uma loja no centro comercial, explica que às vezes coloca os cones para o procedimento de carga e descarga de produtos. “Se colocar uma placa as pessoas não respeitam. A gente coloca o cone, mas se pedem pra tirar a gente tem que fazer, né?”, diz.
O flanelinha Hélio de Souza trabalha há um ano às proximidades da Praça da República. Os espaços de estacionamento público são disputados pelos motoristas e ele utiliza um cavalete e um balde para sempre ter vagas disponíveis para seus clientes. “Já tenho pessoas fixas para quem sempre guardo. Mas, quando eles não estão, eu tiro o cavalete”, conta.
Segundo Hélio, a prática o ajuda a faturar mais. E revela a média dos ganhos com o serviço. “Tem uns que pagam R$ 20 por semana, outros R$ 10”, afirma. O agente de Trânsito da Companhia de Transportes do Município de Belém (CTBel), Ércio Costa, explica que a prática impede a acessibilidade e o uso correto da via pública. “Essa privatização do espaço é ilegal”, explica.
Costa esclarece que não há punição para quem for flagrado guardando o espaço, mas a CTBel recolhe o material que estava sendo utilizado para reservar o local. “Orientamos que não é permitido fazer a demarcação e fazemos a retirada”. (Diário do Pará)
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