21.03.2011
Dólar fecha com desvalorização nesta segunda-feira
O dólar iniciou a semana em queda ante o real, na cola do movimento da divisa no exterior em meio à alta das bolsas de valores e do petróleo.
A moeda norte-americana caiu 0,17% nesta segunda-feira (21), a R$ 1,667. Logo na abertura, o mercado ameaçou voltar à casa de R$ 1,65, mas logo depois abrandou a baixa.
No mês, o dólar acumula valorização de 0,24%.
'O dólar está fraco contra outras moedas. Estamos apenas acompanhando o desempenho (da divisa) lá fora', afirmou João Medeiros, diretor de câmbio da Pioneer Corretora.
Frente a uma cesta de moedas, o dólar recuava 0,4%. O movimento era influenciado pela alta do euro , que superava US$ 1,42 pela primeira vez desde novembro.
De acordo com operadores estrangeiros, o euro era beneficiado por perspectivas de aumento de juros no bloco já na próxima reunião, em abril. A elevação da taxa básica ocorreria, assim, antes que nos Estados Unidos.
Para Medeiros, a manutenção do juro nos EUA em níveis baixos associada às injeções de liquidez pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) é um dos principais motivos pela fraqueza global do dólar.
'Enquanto o Fed continuar comprando títulos e colocando dinheiro na economia, vai haver abundância de dólares, que entram no Brasil devido ao diferencial de juros favorável', comentou.
A Selic, taxa básica de juros doméstica, está em 11,75% ao ano, bem acima, por exemplo, dos juros praticados nos Estados Unidos (entre zero e 0,25%) e na zona do euro (1%).
Para Marcos Trabbold, operador de câmbio da B&T Corretora, a queda do dólar neste pregão refletiu ainda o bom humor nos mercados externos, com bolsas e commodities em alta.
Os principais índices norte-americanos de ações avançavam mais de 1%, animados depois que a empresa de telecomunicações dos Estados Unidos AT&T comprou a unidade T-Mobile USA da Deutsche Telekom por US$ 39 bilhões, na maior operação do tipo deste ano.
De modo geral, os mercados financeiros reagiam ainda à diminuição dos temores com relação aos impactos econômicos da tragédia no Japão. No caso das matérias-primas, o foco seguia nos desdobramentos dos confrontos na Líbia, que alimentavam preocupações com a oferta de petróleo .
Forças ocidentais lançaram uma segunda onda de ataques aéreos sobre a Líbia, que também atingiu as tropas de Muammar Kadhafi nas cercanias de Ajdabiyah, cidade estratégica no desolado leste líbio que os rebeldes pretendem retomar.
Para Trabbold, apesar da queda do dólar verificada neste pregão, investidores ainda se mantém na 'defensiva' face à possibilidade de o governo anunciar medidas sobre o câmbio.
'Prova é que o dólar abriu perto de R$ 1,66 e não conseguiu romper esse patamar... Enquanto houver o ruído de medidas, o mercado vai ficar cauteloso', comentou.
Fonte: G1
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