07.04.2011
Família de comerciário morto acusa policiais de tortura
Familiares da vítima acusam os investigadores por ”tortura psicológica” contra o comerciário
A princípio saiu na imprensa versão de que o comerciário João Soares de Souza, de 57 anos, teria sido envenenado, depois teria cometido suicídio, mas a verdadeira causa da morte do comerciário, segundo seus familiares, é que ele foi vítima de um Ataque Vascular Cerebral (AVC) quando estava deitado em sua rede, após ter sido interrogado na 19ª Seccional de Polícia.
João Souza que trabalhava há cerca de 11 anos na Loja Fortina, ao ser acusado por Francisca Silva, do furto de mil e oitocentos reais, entrou em depressão, se isolou e acabou morrendo de um AVC. A vítima que residia na 13 de Maio (Beco da Ponte) foi defendido por seu patrão, o empresário José Adaulto, com quem trabalhava há mais de 11 anos em sua loja, que na ocasião disse que jamais João faria tal coisa, por ser tratar de uma pessoa idônea e honesta.
Mas os familiares da vítima, entre eles seu sobrinho Elinaldo Souza Bentes, acusam os investigadores Hércules e Miguel por ”tortura psicológica” contra o comerciário. Elinado conta que seu sobrinho ao apresentar-se espontaneamente na 19ª Seccional, na sala do delegado José Bezerra, foi levado para uma outra sala ao lado, onde os investigadores teriam feito pressão psicológica usando termos como: ”Tens que vomitar o dinheiro”.
Elinaldo disse, ainda, que os investigadores ao mesmo tempo que gritavam com o comerciário, ameaçavam colocá-lo de cuecas junto com os outros presos para receber corretivo, o que causou verdadeiro pânico em João, que jamais tinha sido chamado em uma Delegacia.
O sobrinho da vítima critica a Polícia Civil de Itaituba, afirmando que recentemente foi alvo de assaltantes, quando às 12 horas do dia 4 de janeiro deste ano perdeu mais de trinta e cinco mil reais para os ladrões sem que até hoje fossem presos, acreditando que sequer a Polícia investigou o caso, enquanto que contra um simples trabalhador usaram de todos os meios para fazê-lo confessar um crime que não teria cometido.
Adailton José de Souza também defende João, dizendo que a mulher que o acusou seria uma pessoa mentirosa e de péssima índole. Ela teria mentido, já que o dinheiro em questão ainda é um mistério. Adailton disse que a mulher chegou do garimpo e ainda foi farrear em um hotel da cidade, mesmo o comerciário estando sendo velado, o que para ele demonstra o cinismo e grau de periculosidade da denunciante.
Sobre as acusações de tortura psicológica, os investigadores Hélio e Miguel, assim como o delegado José Bezerra não quiseram se pronunciar a respeito das denúncias, de que o comerciário teria sido vítima de tortura psicológica para confessar um suposto roubo do qual vinha sendo acusado. Os parentes do comerciário que teria sido torturado na 19ª Seccional vão levar o caso à Corregedoria de Policia e ao governo do Estado para que os policiais sejam punidos.
MULHER DENUNCIA INVESTIGADORES -
A reportagem de O Impacto em Itaituba foi procurada pela doméstica Maria de Nazaré, residente na 33ª Rua – Nº21, para denunciar que ela e seu marido Francisco dos Santos estariam sofrendo perseguição por parte dos investigadores da Polícia Civil, Lobo e Hércules.
A doméstica diz que tudo começou depois que seu esposo foi esfaqueado na barriga, no dia 2 de outubro do ano passado, pelo elemento de pré-nome Elton. Maria de Nazaré afirma que na época do crime ela e seu esposo estavam trabalhando em um bar quando Elton chegou xingando, fazendo ameaças e pedindo bebida. Na ocasião, partiu para cima de Francisco desferindo várias facadas, que lhe causaram seqüelas que até hoje comprometem sua saúde.
Mas a denunciante disse por esses dias que o agressor conhecido por Elton teria ido à Polícia Civil dizer que estaria sendo ameaçado de morte por Francisco, o que Maria de Nazaré diz não ser verdade, já que eles não usam armas e seu esposo desde que foi agredido muito raramente sai de casa e que nunca foram feitas ameaçadas para Elton.
A doméstica diz que mesmo se tratando de um bandido da pior espécie e que esfaqueou seu marido, a Polícia Civil vem dando apoio a ele, esclarecendo que os policiais já estiveram por duas vezes na sua casa fazendo pressão.
Além de O Impacto, a doméstica que se sente ameaçada pelos dois investigadores, procurou a Câmara de vereadores e também na manhã de quarta-feira, dia 07, esteve no Fórum, onde também repassou a denúncia, pedindo providências ao promotor de justiça Antônio Manuel Cardoso Dias. Os dois acusados ainda não se manifestaram sobre as denúncias.
Por: Nazareno Santos
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