sexta-feira, 1 de abril de 2011

PARÁ: Oito mil empregos não são ocupados a cada ano

01.04.2011

Oito mil empregos não são ocupados a cada ano


Cerca de 25% das vagas captadas no mercado de trabalho pelo Sistema Nacional de Emprego (Sine/PA), nos últimos quatro anos, não foram preenchidas, principalmente por falta de qualificação de mão-de-obra.

O número de vagas que não foram preenchidas, em média, nos últimos quatros anos chegou a 8.859 vagas ao ano. Sobraram 8.574 vagas em 2007; 9.070 em 2008; 8.915 em 2009; e 8.876 vagas em 2010.

A análise da trajetória do emprego formal no Pará em 2010, feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), com base em dados do Ministério do Trabalho, mostra um crescimento recorde de 9,54% na geração de empregos formais no Pará, com um saldo positivo de 54.446 postos de trabalhos (328.142 admissões contra 273.696 desligamentos).

Esse resultado é o maior já obtido desde a criação da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em 1992. Essa tendência deve se repetir este ano, quando deverão ser gerados cerca de 50 mil novos empregos que continuarão sobrando, apesar de continuarem a existir desempregados em todo o Estado.

O supervisor técnico do Dieese/PA, o economista Roberto Sena, elogia o Programa de Intermediação de Mão-de-Obra, gerido pelo Sine/PA, que alcançou bons resultados na captação de vagas no mercado de trabalho.

O número médio de inscritos no programa, no Balcão do Sine/PA, foi de 94.398 pessoas ao ano, entre 2007 e 2010. Nesse período, o Sine/PA captou em média 32.768 vagas e encaminhou cerca de 55 mil trabalhadores ao mercado de trabalho por ano. Mas nem todas as vagas foram preenchidas e a média de pessoas efetivamente colocadas no mercado de trabalho foi de 23.910 pessoas ao ano.

O pessoal do primeiro emprego e os demitidos em idade avançada que retornam ao mercado também contribuíram para isso, mas foi a falta de recursos para a qualificação da mão-de-obra que mais pesou. Os cerca de R$ 1 milhão investidos por ano em qualificação profissional, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador e do Bolsa Trabalho, “não são suficientes para fazer frente à grande demanda e às exigências do mercado, principalmente nesta fase de crescimento do emprego como vem ocorrendo em todo o Estado do Pará”, afirma Sena.

Ele alerta que só com mais investimentos na educação e na qualificação da mão-de-obra essa situação poderá mudar “sob pena de gerarmos empregos que serão preenchidos por profissionais mais qualificados de outros estados”. (Diário do Pará)

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