terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Projeto de Lei prevê que cabeleireiros tenham ensino fundamental e curso técnico

03.12.2012.

O projeto de Lei que exige escolaridade específica de cabeleireiros e curso técnico ainda não foi sancionado pela presidenta Dilma Roussef
O cabeleireiro Sílvio Sena diz que cursos técnicos servem para dar continuidade ao aprendizado do profissional

O cabeleireiro Sílvio Sena diz que cursos técnicos servem para dar continuidade ao aprendizado do profissional (Evandro Seixas)

Aprovado no dia 21 de dezembro de 2011, no Senado Federal, o projeto de lei 112/07, que regulamenta o exercício da profissão de cabeleireiro, já começa a dividir opiniões. Para os profissionais da área que atuam em Manaus, a regulamentação pode trazer vantagens e desvantagens. A estimativa é de que hoje exista em Manaus mais de 1,2 mil profissionais, entre cabeleireiros e barbeiros, com estabelecimentos próprios ou contratados por salões, engrossando uma estatística preocupante: a de profissionais não habilitados ao exercício da profissão.

 Se obtiver a sanção da presidente Dilma Roussef, o projeto de lei passará a vigorar, obrigando quem tiver interesse em exercer a atividade ter o ensino fundamental completo e possuir habilitação específica (curso técnico) legalmente reconhecida. O tempo de serviço também valerá para profissionais que já atuem há mais de um ano, a contar da data de publicação da lei.

“Considero estranha a exigência do curso técnico e currículo porque mesmo com certificado e diplomo, o profissional que não tem o feeling não se estabelece”, afirma o cabeleireiro e maquiador Bruno Faruk,32, há dez anos atuando na área da beleza.

 “Não adianta curso técnico e currículo se não tem o feeling, o dom para a coisa”, explica. Para Bruno, a lei é contraditória porque, segundo ele, não é o que o profissional aprende na escola que vai colocá-lo em dia com a prática. “O que eu aprendi sobre cabelo não foi nas disciplinas da escola”, argumenta, se dizendo autodidata e frequentador de cursos de reciclagem no Brasil e no exterior.

Já a cabeleireira Cleomar de Miranda, que atua há 32 anos na área, considera a lei oportuna. “Acho legal para quem está começando. Faço parte de uma geração que abria os espaços de beleza e ia aprendendo com o dia a dia e o talento próprio”, afirmou a cabeleireira.

       Especialista em penteados, Cleomar hoje ministra cursos básicos para quem tem interesse em se profissionalizar. “Vejo nesses cursos muitas vezes pessoas que não têm condições e que não tiveram estudo, mas buscam uma forma de ganhar a vida”, afirma ela, que tem o ensino fundamental completo. Para Cleo, o curso de formação do Senac é o mais completo. “O profissional tem que, acima de tudo, amar o que faz e estar sempre interessado em aprender mais, explica.

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