Governo asfalta rodovia no entorno de Belo Monte
Quinta-Feira, 16/12/2010, 16:53:46
Com 4.900 km, a rodovia Transamazônica é a 3ª maior rodovia do Brasil (Foto: Odair Oliveira)
A BR-230, conhecida como rodovia Transamazônica, está sendo pavimentada pelo governo federal nas proximidades do projeto de hidrelétrica Belo Monte, na Volta Grande do rio Xingu. Entre Altamira e Belo Monte, os trabalhos estão avançados. Cerca de 30 km de pavimentação já foram concluídos.
O trecho já possuía 18 km de asfalto e agora vai beneficiar quem usa a estrada diariamente. “Adeus poeira e lama”, diz o motorista Adalberto Lima de Souza, que faz o transporte alternativo entre Altamira e Anapu.
Já entre Brasil Novo e Medicilândia, as obras caminham mais devagar. Os trabalhos são realizados com êxito, mas em alguns trechos do caminho aberto da rodovia precisam de atenção, devido às pedreiras enormes que fazem parte da geografia do local. Essas pedreiras, em sua maioria, têm que ser retiradas com dinamite, o que exige mais cuidado e mais tempo. De acordo com o governo federal, a previsão é entregar a obra em 2012.
As obras de asfaltamento da Transamazônica fazem parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). A rodovia, que tem 4.900 km de extensão, esteve abandonada por longos 40 anos. A estrada foi inaugurada na década de 70, com a finalidade de fazer a integração do Norte com as outras regiões do país.
Na BR-230, a terceira maior rodovia do Brasil, boa parte da estrada está em fase de licitação e preparação para as obras. No trecho que corta o Pará, o orçamento atual para os serviços é de R$ 701,3 milhões, dos quais R$ 156,6 milhões já foram aplicados. De acordo com Luiz Antonio Pagot, representante do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), na Transamazônica as dificuldades não são apenas as chuvas, mas as discussões socioambientais. “Há trechos em que falta assentimento de organizações indígenas”, diz.
Projetada durante o governo do presidente Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), a Transamazônica não sofreu grandes modificações desde que foi lançada, em 1972, com um projeto inicial de cortar o país. Por não ser pavimentada, entre outubro e março costuma ficar intransitável devido às chuvas.
Segundo o DNIT, as obras da BR-230, que passa a 100 quilômetros do local onde será instalada a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, já receberam autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para serem executadas. Falta ainda a aceitação de algumas organizações indígenas. “Somente após a liberação das sociedades indígenas é que podemos pedir a liberação das obras ao Ibama”, afirma Pagot. (Odair Oliveira/Sucursal do Diário no Sul do Pará)
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