sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Emater tem a primeira mulher na presidência

Emater tem a primeira mulher na presidência



A nova diretoria executiva da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) foi apresentada nesta terça-feira (11), em cerimônia simples realizada no escritório central do órgão, em Marituba, na presença do secretário de estado de Agricultura, Hidelgardo Nunes, além de funcionários, agricultores, representantes de instituições parceiras e políticos.

Primeira mulher na presidência da Emater em toda a história do órgão, a engenheira agrônoma Cleide Amorim terá como principais colaboradores o diretor técnico e também engenheiro agrônomo Humberto Reale, e o diretor administrativo e advogado Rodrigo Mendes.

Os três assumem o desafio de encaminhar a gestão de uma Empresa com 45 anos e mais de mil funcionários distribuídos pelos 144 municípios paraenses: "Depois da Polícia, a Emater é o agente do Estado mais presente em qualquer município", resumiu o deputado Márcio Miranda.

Gestão será baseada no diálogo

Servidor de carreira da Emater, Humberto Reale encabeçava uma lista tríplice resultante de uma eleição democrática entre os colegas. O governo, assim, consagrou a escolha popular, oficializando o primeiro nome entre os mais votados pelos funcionários. "Isso mostra o prestígio dos funcionários junto à presidência e ao governador Simão Jatene, bem como o respeito que temos pela democracia. Acatamos a vontade da maioria", ressaltou Cleide Amorim.

Graduado e especializado em Agricultura Integrada na Amazônia pela Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Reale trabalha na Emater há 17 anos, e sua trajetória começou nos municípios de Viseu e de Nova Timboteua. De lá saiu para ajudar a fundar o escritório local de Peixe-Boi, onde foi chefe. Também chefiou o escritório local de Ourém, para depois tomar a frente da supervisão regional de Conceição do Araguaia. Há três anos era administrador da Unidade Didático-Agroecológica do Nordeste Paraense (UDB), em Bragança. Humberto Reale planeja uma gestão baseada no trabalho. "Tenho experiência e força de vontade para não decepcionar nem a presidente, nem meus colegas, nem os agricultores familiares", disse.

Já Rodrigo Mendes é formado em direito pela Faculdade Ideal (Faci) e em gestão de empresas pelo Centro de Ensino Unificado do Maranhão (Ceuma), instituição pela qual também se especializou em gestão pública. Foi presidente da Junta Administrativa de Recursos de Infrações (Jari) do Departamento de Trânsito do Pará por dois anos, e atualmente era secretário parlamentar da Câmara Federal de Deputados, em Brasília.

Mendes defende uma diretoria administrativo-financeira "comprometida com a moral e a ética e baseada no "diálogo direto com os funcionários". Já Cleide Amorim, é funcionária concursada do governo do estado há 33 anos. Iniciou a carreira de servidora na Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Desde 1983, atuava na Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri), onde se destacou como coordenadora de todas as edições da Semana da Fruticultura, Floricultura e Agroindústria (Frutal Amazônia / Flor Pará).

Também passou pela Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), Centrais de Abastecimento do Pará (Ceasa) e Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Formada pela UFRA, tem duas especializações: em Agronegócio e Heveicultura (cultivo de seringueiras). A principal diretriz de sua gestão, adianta, é reestabelecer parcerias institucionais, intensificando a relação com o interior, trabalhando em equipe e com transparência. "Meu lema é ‘pensar, fazer e, principalmente, escutar", anunciou.

Servidores apostam na força feminina
O secretário de estado de Agricultura, Hildegardo Nunes, destacou que a posse da nova diretoria executiva marca uma nova era para a Emater, sobretudo por ter à frente uma mulher, cuja sensibilidade pode ajudar a fortalecer o aspecto humano da atividade de assistência técnica e extensão rural".

Além disso, completa ele, "não se pode deixar de enxergar o fato de que a Emater é o grande braço operacional da Sagri. Entre ambas, a vinculação por convicção tem que ser maior do que a vinculação hierárquica. Temos que acreditar que, juntos, recolocaremos o Pará no caminho do desenvolvimento, por meio da produção agropecuária", concluiu.

A diretora administrativa da Sagri, Iacira Sedrim, uma das fundadoras da Emater, relacionou esse novo momento da instituição à trajetória da nova presidente: "Foram 45 anos de luta, auto-afirmação e demonstração de competência até termos o orgulho de ver uma mulher no comando da Emater", concluiu.

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