sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Prefeito pede desculpas, mas não admite erro

Prefeito pede desculpas, mas não admite erro


Prefeito pede desculpas, mas não admite erro (Foto: Raphael Alves/ACrítica)
Amazonino pede desculpas, mas diz que foi mal interpretado (Foto: Raphael Alves/ACrítica)
Na entrevista mais longa que deu a um jornalista depois do episódio do vídeo em que discute com uma mulher paraense numa área de risco de desabamento, o prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, pediu, por intermédio do DIÁRIO, desculpas ao povo paraense se houve um “entendimento errado” das palavras ditas por ele a Laudenice Paiva, moradora do bairro Santa Marta, periferia da zona norte da capital amazonense.
“Eu pediria desculpas ao povo do Pará se entenderam de forma errada o que eu disse. Eu não me comportei de forma preconceituosa em nenhum momento. Essa não foi minha intenção”.

Amazonino pretende dar uma declaração sobre o episódio hoje, voltando atrás na ideia inicial de não se pronunciar mais sobre a polêmica declaração, dada na última segunda-feira. Três pessoas haviam morrido em consequência de um desmoronamento causado por fortes chuvas. Ao visitar o local, o prefeito se desentendeu com uma moradora. O bate-boca no qual o prefeito manda a paraense morrer foi gravado e se espalhou pela internet. Até ontem, o vídeo já tinha cerca de 13 milhões de acesso.

“Querem criar uma animosidade onde não existe. Amazonenses e paraenses se confundem”, minimizou. Segundo o prefeito, a oposição está usando o fato para levantar uma bandeira política. “É lamentável. Isso é muito grave. Querem criar algo que não é real. Eu não discriminei em nenhum momento essa pessoa e nem os paraenses”, afirmou.

Na versão de Amazonino, o que houve foi uma tentativa de alertar a moradora para os perigos de permanecer no local depois do desabamento e das mortes. “Eu disse que ela poderia morrer, ela disse que não tinha para onde ir e que não poderia sair dali. Eu disse, ‘então morra’. Numa hora dessas a gente tem que agir de forma dura, de mostrar o perigo”, disse. “É ridículo, é loucura, sandice. Simplesmente desafio qualquer um a mostrar que houve discriminação na minha fala. São acusações irresponsáveis”, defende-se.
Em relação ao fato de a moradora ter respondido que era do Pará, quando Amazonino perguntou de onde ela vinha, o prefeito argumenta que o “tá explicado então”, não é uma afirmação preconceituosa contra os paraenses. “Eu venho andando por essas áreas de risco e percebo que a maioria dos moradores é do Pará. Tem gente do Maranhão, do Piauí, do interior do Estado, mas a grande parte é paraense. Aquele “tá explicado” se refere a gente que tem sido enganada, que chega esbaforida desses Estados e se instala em áreas de risco. Foi ela quem emprestou a conotação errada à frase que eu disse”.

Para reforçar a ideia de que não pratica nenhuma forma de discriminação contra o Estado do Pará, Amazonino Mendes enfatizou que tem paraenses trabalhando na administração dele e que considera Santarém a segunda cidade do coração. “Temos na minha família o entendimento que o meu pai é paraense”, afirmou o prefeito.

Para tentar apaziguar ainda mais os ânimos, pelo menos com boa parte dos paraenses, Amazonino Mendes disse que é torcedor do Paysandu, o segundo time da preferência dele. “Que me perdoem os remistas”, se desculpou mais uma vez. (Diário do Pará)

Nenhum comentário:

Postar um comentário