19.03.2011
Adeptos do Jiu-Jítsu tentam driblar dificuldades
(Foto: Reprodução)
O Jiu-Jítsu, arte marcial oriunda do Japão, tem conquistado cada vez mais adeptos em Belém e no interior do Estado. Um dos resultados dessa disseminação do esporte em solo paraense foi a criação de novas academias, contribuindo para o alto número de campeões formados nos últimos anos.
A esportista Carmem Teixeira, 45, vem dessa ‘leva’. Há mais de 20 anos lutando, ela conquistou, dentre outros feitos, o Campeonato Mundial (2010) da categoria pesado e 10 Campeonatos Brasileiros. Diferente de muitos colegas de profissão que moram no Pará, Carmen sobrevive do esporte e, de quebra, ajuda crianças e adolescentes a largarem o vício das drogas e concentrarem parte de seu tempo livre no Jiu-Jítsu.
“Dou aulas de graça para mais de 200 crianças nas comunidades do Aurá e da Guanabara. Já recebi vários convites para deixar o país, mas não posso deixar minhas crianças sem amparo”, afirma Carmen, que já produziu dois campeões mirins em suas escolinhas.
Além dela, outros atletas locais se destacaram, como Daniel Maciel, 25, que desde os 11 anos pratica esta arte marcial. O diferencial entre os dois é o apoio. No caso de Daniel, mesmo depois de ser vice-campeão Mundial em 2006, na categoria leve, o atleta não recebeu o devido apoio financeiro, tanto estatal como privado, e treina “até nas madrugadas”, já que trabalha numa agência bancária em boa parte do dia. “Amo esse esporte. Sempre que posso, eu treino, mas é complicado. Por isso (falta de apoio) que muitos largam o Jiu-Jítsu e vão para outras modalidades, como o UFC”, lamenta o jovem. Seu colega de treino, Jorge Renan, 23, também já conseguiu resultados relevantes, tendo mais de 30 títulos no currículo e, no momento, também não possui apoio.
Apesar da difícil situação dos atletas, algumas melhorias estão sendo feitas, sobretudo na Federação Paraense de Jiu-Jítsu Esportivo (FPJJE), que organizará a II Copa Metropolitana no ginásio do Núcleo de Esporte e Lazer (NEL), localizado na travessa Dom Romualdo de Seixas. O evento será nos dias 16 e 17 de abril. Também está sendo programado a Seletiva Norte-Nordeste para o Campeonato Mundial nos dias 11 e 12 de junho.
“Estamos fazendo a nossa parte para melhorar as condições de trabalho para os nossos atletas. Esses campeonatos serão importantes para conseguirmos mais patrocínios e visibilidade”, conta Élton Ataíde, 28, presidente da FPJJE. Um dos objetivos da federação é revelar novos talentos, visando a Olimpíada de 2016, no Brasil. “Tá quase tudo certo para o Jiu-Jítsu ser modalidade olímpica. Por isso, além da premiação em dinheiro nos campeonatos, queremos disseminar o esporte no resto do Estado”. (Diário do Pará)
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