29.05.2011.
(Foto: Luis Otávio Lucas)
Rio de Janeiro, praia de Ipanema, posto oito. A paisagem é tipicamente carioca. Corpos desfilando na areia e calçadão, surfistas e banhistas aproveitando o mar gelado da Baía de Guanabara. Mas o tremular de duas bandeiras em uma barraca rouba a atenção de qualquer paraense que esteja passeando por lá. São os estandartes de Remo e Paysandu, orgulhosamente expostos por Benedito Pureza, de 43 anos, o dono do estabelecimento.
Em terras cariocas desde 1992, Benedito, o Beto, conta que a barraca já virou referência para o público paraense e explica o motivo da convivência harmoniosa da dupla Re-Pa na cobertura da barraca. “Isso foi uma aposta, um papo de botequim. Estava lá com dois paraenses amigos meus e um deles fez uma proposta. Ele disse - ‘Beto, vou trazer uma bandeira do Remo, você bota?’ Aí, concordei, mas tinha o outro paraense, do Paysandu, perto e falou - ‘já que você vai colocar do Remo, tem que colocar do Papão’. Eu disse que colocava, desde que eles renovassem, porque bandeira aqui é difícil. Eles concordaram e estamos aí”, relata Beto.
Como um bom comerciante, ele só não gosta de entrar em polêmicas sobre a eterna rivalidade de Leão e Papão, muito menos revelar para qual dos lados torce. “As pessoas chegam aqui comigo e perguntam – ‘Tu és Paysandu ou Remo?’, aí eu digo que torço para os dois. Eu relembro as coisas da minha terra natal. Meu coração bate forte pelos dois. Dá saudade quando a gente está longe e tem que se agarrar em alguma coisa.
É um cantinho paraense em Ipanema. Já virou ponto de referência”, destaca.
UMA BOA IDEIA
Beto é o responsável pela barraca e colocou as bandeiras de Remo e Paysandu após uma aposta. Hoje, é um dos lugares mais conhecidos pelos turistas que saem do Pará para o Rio de Janeiro.
EM NÚMEROS
1992 Nesse ano, Beto aportou em terras cariocas. Desde então, é só saudade. (Diário do Pará)
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