Barata batalha para sustentar a família
Quinta-Feira, 13/01/2011, 01:03:55
(Foto: Mario Quadros)
A torcida cruzmaltina está ansiosa com a estreia da equipe lusa no Parazão 2011. A dúvida que fica é quem será o novo substituto do meia Fininho, que arrebentou no título da primeira fase e foi para o Remo. A “eterna promessa”, André Barata, que hoje está com 26 anos, é um dos postulantes ao cargo de maestro do meio-campo tunante. O Bola foi atrás do atleta, que revelou várias passagens de sua vida, além de revelar estar bastante otimista para esta temporada. Confira:
Bola - Hoje você está com 26 anos, mas já teve experiências em vários clubes. Conte-nos sobre seu começo no Clube do Remo.
Barata - Minha passagem no Remo foi maravilhosa pra mim. Comecei aos 13 anos no futsal do clube e com 17 assinei meu primeiro contrato profissional, onde aprendi muitas coisas no futebol. Passei cinco anos lá e pude dar um certo conforto para minha família. Fui campeão paraense e brasileiro. Se o Amaro (Klautau, ex-presidente) continuasse provavelmente eu iria assinar com o clube. Tô muito feliz aqui na Tuna. O Flávio Goiano (treinador) e a diretoria me acolheram da melhor forma possível. Falta só perder alguns quilinhos para poder voltar a jogar.
Bola - Depois da sua passagem pelo Remo, como foi o restante da sua carreira até aqui?
Barata - Depois que eu saí do Remo, em 2007, eu fui para o Juventude, disputar a Série A do Campeonato Brasileiro. Depois passei por Tupi (MG), Flamengo de Guarulhos e, em 2010, passei pelo meu último clube, o Araripina (PE). Depois de passar por Pernambuco, tive uma proposta para jogar no futebol da Tunísia. Pensei que ia mudar minha vida, mas infelizmente nem cheguei a jogar lá, fui enganado pelo meu empresário. Queria ajudar minha família, que precisa muito de mim. Meus pais estão desempregados e dependem de mim para sobreviver.
Bola - Você tem uma tatuagem no antebraço esquerdo em homenagem à sua família. Como é ter a responsabilidade de sustentar uma casa, sendo tão jovem? Isso interfere no seu desempenho nas partidas?
Barata - Um pouco, né? Porque a cada dia que passa, cada disputa de bola, cada passe fico pensando: minha família precisa de mim. Me sinto um pouco pressionado, mas a minha família sempre me apoia, e isso me incentiva. O que eu faço, hoje, é pra eles. Passei três meses desempregado, e foi muito difícil, ficava muito preocupado com meus familiares.
Bola - Com a indefinição do meia Jaime em acertar com a Tuna, você se considera o mais habilitado para ser o substituto do meia Fininho, herói da conquista da primeira fase?
Barata - Com certeza, né? Acho que vim pra cá para somar e vou fazer meu melhor. Não sei se tenho as mesmas características dele, nunca o vi jogar, mas eu pretendo fazer sucesso aqui na Tuna. Estou muito focado nisso. Espero que a torcida da Tuna grite meu nome que nem gritava o dele. Vou fazer essa torcida voltar a viver os bons momentos do passado. Esse vai ser o ano da Tuna.
Bola - Você foi contratado para ser titular. Atualmente, você está fora de forma e sem ritmo de jogo. Como você pretende reverter esse quadro?
Barata - A primeira coisa é trabalhar. Depois, eu pego o ritmo. Acho muito difícil começar algum jogo como titular no momento. Mas, conforme eu pegue o ritmo de jogo, eu vou chegar com o treinador e falar: “Flávio, eu tô preparado. Quando tu precisares, eu vou entrar e não vou mais sair”. Estou muito tranquilo sobre isso.
Bola - No começo da sua carreira, você era tido como uma grande promessa. O que faltou para sua carreira ter deslanchado?
Barata - Naquela época (início da carreira), não fui muito bem orientado, tinha outra cabeça, era moleque. No Remo, eu saía muito, ia muito para festas. Antes, todo mundo falava “vi o Barata ali, vi o Barata acolá”. Hoje não existe mais isso, ninguém mais fala mal de mim. Meu objetivo, no momento, é ser campeão pela Tuna.
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