quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Consumidor se vira para equilibrar prato e salário

Consumidor se vira para equilibrar prato e salário
 
Com o aumento nos preços da carne, frango e pescado, o paraense pode ter que rebolar para garantir a proteína no prato. Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Pará, a carne e o frango fecharam o ano com reajuste de 31% e o peixe sofreu reajuste de 15% a 40%.
“A gente se sente refém. Ficamos de mãos atadas porque não podemos deixar de consumir. A solução é consumir as carnes mais baratas”, reclama a dentista Teresinha Ramalho.
Mas há alternativas. Uma das opções para manter a ingestão necessária de proteínas sem gastar muito é dar alimentos como as leguminosas e a soja, no lugar das carnes.
A sugestão da nutricionista Renilde Alves é valorizar o consumo do tradicional arroz com feijão. “Quando se combina cereais com leguminosas, como no caso do feijão com arroz, já se consegue ingerir uma quantidade boa de proteína”.
Ela sugere que se reduza a quantidade e se substitua o frango, a carne e o peixe por soja, ovo e leguminosas como lentilha, feijão e grão de bico.
O que não pode é deixar de consumir o nutriente. De acordo com a nutricionista, a baixa ingestão de proteína pode trazer complicações. “A proteína ajuda na renovação das células e no desenvolvimento da defesa do organismo. Então, a falta pode deixar a pessoa suscetível a várias doenças”.
Assista ao vídeo da TV RBA, clicando no ícone multimídia ao final desta reportagem
MELHORA
De acordo com o supervisor do Dieese, Roberto Sena, o aumento nos preços deve se manter nos primeiros três meses de 2011, mas a situação deve melhorar. “Depois disso devemos ter estabilização dos preços”, afirma.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Carlos Xavier, explica o aumento nos preços. “Há uma demanda maior por esses alimentos e a oferta está estabilizada ou reduzida. É o mercado que faz isso”.
Essa situação pode ser explicada pelo fato de que o Pará disponibiliza para consumo interno apenas 25% do que produz, de acordo com Xavier - 75% do rebanho paraense são exportados em forma de carne ou de boi em pé.
Ainda assim, ele afirma que a solução não é exportar menos. “O que se tem que fazer é descobrir por que a carne que vai para o consumidor é tão cara, se o boi do Pará é o mais barato”, explica.

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