Lyoto é derrotado em decisão polêmica dos juízes
Domingo, 21/11/2010, 03:09:57
Seria o primeiro passo de Lyoto Machida para retornar ao topo da categoria dos meio-pesados no Ultimate Fighting Championship (UFC), e o cenário estava armado para uma séria candidata à luta do ano. Mas uma decisão polêmica da arbitragem deu a vitória do combate a Quinton 'Rapage' Jackson, surpreendendo aos próprios lutadores e ao público que lotou o Palace Arena, em Detroit, Michigan, nos EUA.
O EVENTO
O UFC 123 teve seis lutas preliminares e cinco lutas na categoria principal, com destaque para as vitórias brasileiras de Edson Junior na categoria preliminar e de Maiquel Falcão na principal, estreando no UFC com uma vitória sobre o americano Gerald Harris em uma decisão unânime da arbitragem. Tudo levava a crer que seria uma noite perfeita para o Brasil.
Machida teria pela frente um adversário tentando voltar aos dias de glória. Uma lenda do extindo Pride (evento que foi 'absorvido' pelo UFC), Rampage passou por momentos ruins em relação à forma física e era acusado constantemente de estar mais preocupado com sua carreira no cinema (ele interpretou o 'B.A.' na recente adaptação da série 'Esquadrão Classe A') do que com sua carreira no UFC. Vindo de uma derrota, Rampage incendiou o clima do duelo com todo tipo de provocações nos dias anteriores ao combate.
Machida também vinha de derrota, após ser nocauteado por Maurício 'Shogun' Rua no UFC 113 e perder o cinturão adquirido após 16 vitórias consecutivas no UFC.
A grande luta da noite: LYOTO x RAMPAGE
Ao som de Bleed It Out, da banda americana Linkin Park, Lyoto Machida entrou no octógono confiante que acabaria ali com a desconfiança que vem sofrendo desde a vitória polêmica no primeiro combate com Shogun, e reafirmaria sua posição entre os grandes nomes do UFC. Mas quando as luzes apagaram, e a clássica trilha sonora do Pride tomou conta do Palace Arena, um teatral Rampage surgiu deixando bem claro que estava ali para ser o protagonista da noite, e confirmaria essa postura ao partir pra cima de Lyoto logo após o sinal do árbitro de que o combate havia começado.
Os chutes baixos de Lyoto, procurando as pernas recém lesionadas do adversário, não conseguiam frear o ímpeto do norteamericano que procurou encurralar o brasileiro no início do round. O equilíbrio da luta se manteve até os primeiros golpes do brasileiro furarem o bloqueio de Rampage, que acordou para o combate com o primeiro round já perdido. No segundo round Rampage entrou bem mais ofensivo, enquanto Lyoto continuava esperando o erro do oponente. Mas Rampage pouco errou neste Round, e conseguiu encurralar o brasileiro nas grades, inclusive com algumas tentativas de levar a luta para o solo. Um 'upper' garantiu a vitória do americano, e também garantiu um terceiro round mais aberto.
Na última parte do confronto, uma joelhada de Lyoto abriu a guarda do adversário para uma sequência de socos e chutes que desequilibrou o duelo por alguns instantes, mas desta vez Jackson teve sucesso quando tentou levar a luta para o chão. Lyoto recuperou o controle da luta tentando finalizações, e quando conseguiu montar no oponente esteve perto de conseguir um nocaute. Mesmo em aparente desvantagem, Rampage garantia o equilíbrio do round partindo para o ataque, coisa que a direção do UFC sempre incentiva e premia. Com o fim da luta, o próprio Rampage admitiu a derrota levantando o braço de Lyoto, mas os dois seriam surpreendidos pela decisão dos juízes.
A DECISÃO
Ao anunciar a vitória de Rampage Jackson, o olhar espantado do vencedor resumiu o sentimento do público no Palace Arena. Enquanto Lyoto anunciava que era o vencedor e que recorreria da decisão, Rampage já se colocava à disposição para uma revanche. Mas a decisão foi absolutamente normal para o presidente do UFC, o americano Dana White, que chegou a declarar que Rampage mereceu a vitória devido à sua agressividade no combate, em um claro recado à 'frieza' de Lyoto. White inclusive determinou que não haverá revanche do duelo. (DOL)
