quinta-feira, 10 de março de 2011

Rio Tocantins recua, mas pode registrar novas subidas

10.03.2011

Rio Tocantins recua, mas pode registrar novas subidas


Depois de ter alcançado a marca de 12,22 metros acima do normal, o nível do Rio Tocantins, às 18 horas de ontem, quarta-feira (9), já havia baixado 16 centímetros e a régua pluviométrica de Seção Fluvial da 23ª Brigada marcava 12,06 metros. Diante desse recuo, muitas famílias, cujas águas já estavam alcançando as residências, decidiram não sair de casa, na esperança de que as águas continuem baixando. 

Contudo, de acordo com Joab Pontes, diretor da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec), a descida do rio se deu devido à abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Tucuruí. Uma vez que, de acordo com informações obtidas pela Comdec, o Rio Araguaia está a cada dia com um volume maior de água. “Logo fecharão as comportas e o rio volta a encher”, afirmou.

Até ontem, segundo a Defesa Civil, contabilizada cerca de 400 famílias desabrigadas, aproximadamente 1.700 pessoas; e mais de 900 famílias atingidas desalojadas, o que totaliza cerca de 4.300 pessoas fora de casa, expulsas pela subida das águas.

A respeito da não construção de abrigos por parte da Prefeitura Municipal de Marabá (PMM), criticada por alguns meios de Comunicação, Joab Pontes observou que a decisão se deu por causa da irredutibilidade dos próprios moradores das áreas alagadas. “Eles preferem ficar perto de suas casas, seus empregos e da escola dos filhos”, sublinhou, apontando que, prova disso, é que no Ginásio Poliesportivo da Folha 16 existem 70 barracas desocupadas. Segundo ele, todas com iluminação e devidamente estruturadas. Além de fornecimento de água e segurança no local, "mas Mas ninguém se dispôs a se alojar no lugar".

A grande preocupação de Joab é, caso o rio atinja os 13 metros acima do nível normal, que todos os que estão alojados no Bairro Santa Rosa, em sua maioria, à altura das quadras de esportes e do posto de saúde, tenham de ser removidas. “O problema é que, quando isso acontecer, a Avenida Silvino Santis estará interditada, como já está, e a Transmangueiras também. “Portanto, teremos [Comdec e Corpo de Bombeiros] de alugar embarcações para a remoção dessas famílias. Sendo utilizados caminhões só depois dessa retirada”, explicou o diretor da Defesa Civil Municipal.

Assistência

Perguntado a respeito de que tipo de assistência os órgãos de apoio aos flagelados o município tem proporcionado, Joab Pontes disse que está se fazendo um acompanhamento das famílias, além da distribuição de água potável. Só futuramente elas receberão mantimentos e materiais básicos, vindos da PMM, por meio da Comdec e do governo estadual, por meio do 5° Grupamento do Corpo de Bombeiros, que representa a Defesa Civil Estadual e atende toda a região sul e sudeste do Pará. Assim, a prefeitura de Marabá deverá distribuir mil cestas básicas, enquanto o Corpo de Bombeiros 2.500 em toda sua área de atuação.

Água

A respeito da água potável, distribuída aos atingidos pelas cheias, a reportagem questionou a propósito de sua real qualidade para consumo, visto que o CT esteve nos abrigos e observou uma água com tonalidade extremamente barrenta. Contudo, Joab alegou que a cor da água não quer dizer que está imprópria para consumo. Ainda assim, conforme informou, foi acordado com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) que um técnico do órgão faça uma análise a respeito da qualidade da água que está sendo distribuída para os desabrigados. Caso seja atestada a má qualidade, a Cosanpa (Compania de Saneamento Pará) será instruída a um tratamento efetivo da água. O resultado desse levantamento deve sair ainda nesta sexta-feira (11).

Emergência

Questionado a respeito de ações realizadas com a efetivação do Decreto de Situação de Emergência, ele explicou que o decreto é limitado às áreas atingidas pelas águas. Visto que elas são, agora, isentas de cobrança de energia, impostos e demais taxas cobradas naquelas localidades. “Assim, esses moradores não são cobrados por aquilo que não estão usando. Isso, devido ao decreto”, continuou, “Esse é o principal motivo do decreto”, ratificou Joab. (Carmem Sevilla)

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