sexta-feira, 8 de abril de 2011

RIO DE JANEIRO/RJ: Vítimas do massacre em Realengo serão enterradas nesta sexta (8)

08.04.2011

Vítimas do massacre em Realengo serão enterradas nesta sexta (8)

Na tragédia, 12 crianças e adolescentes morreram e outras 11 permanecem internadas, quatro em estado muito grave. A madrugada foi de tristeza.

Na manhã desta sexta-feira (8), na porta da Escola Tasso da Silveira, a rua está com uma calma aparente. Não aparentava ter sido cenário de uma tragédia que matou 12 crianças e adolescentes e deixou outras feridas. Uma senhora contou que passou a noite abraçada ao neto, que estuda na escola estava com muito medo.

Durante a noite, a ONG Somos da Paz deixou 12 vasos de flores com os nomes de cada uma das vítimas.

Mais adiante, do outro lado da porta da escola, há 12 cruzes com os nomes das vítimas, com velas acesas aos pés de cada uma dessas cruzes.

A Escola Tasso da Silveira permanece fechada nesta sexta (8). Alguns funcionários fazem a limpeza, mas ninguém está autorizado a entrar. As salas, que foram cenário da tragédia, continuam lacradas. Nessa tragédia, 11 crianças permanecem internadas em seis hospitais diferentes do Rio, quatro delas em estado muito grave.
 
Drama do velório

A madrugada foi de tristeza e despedidas. Os corpos de algumas das crianças mortas pelo atirador que invadiu a escola, na Zona Oeste do Rio, foram velados durante toda a noite. Em um cemitério em Realengo, mesmo bairro onde aconteceu a tragédia, parentes e amigos acompanharam o velório de três meninas.

A foto mostra Mariana, uma das estudantes que perderam a vida na tragédia. A mãe dela falou sobre a dor que sentia. “Ela vai me fazer muita falta. Só isso. Já estou com saudades dela”, lamentou.

Colegas e vizinhos também vieram prestar solidariedade. “Estou muito revoltada, porque eu e minha neta somos as únicas que conseguimos vê-la um pouco viva. Só peguei o braço dela e a mão para olhar o primeiro nome. Havia um ‘M’ escrito na mão esquerda dela, porque ela gostava do meu neto, que se chama Maicon”, contou Rita de Cássia, vizinha da Mariana.

Em outro cemitério, também na Zona Oeste, mais desespero. “Diz para mim que é mentira“, se desespera uma parente. Wagner Rosa Monteiro era amigo de uma das alunas assassinadas e primo de uma adolescente que escapou com vida e segue internada no hospital. “É uma coisa muito triste. Passei uma tarde horrível. Fui para lá e vi as crianças dentro da Kombi”, comentou Wagner Rosa Monteiro, amigo da Luiza.

Na camiseta, a foto e a homenagem. Entre as vitimas, estava Luisa Paula da Silveira Machado. Ela faria 15 anos em setembro e a família já organizava uma festa de aniversário, mas os planos acabaram de forma trágica.

Muito abatidos, os pais de Luisa não quiseram gravar entrevista, mas disseram que sempre acompanhavam a filha até a porta da escola. Nunca imaginaram que ela pudesse correr risco dentro da sala de aula. O tio da jovem fez um desabafo.

“Nem as crianças têm sossego dentro de sala de aula. Chegou a hora de todo mundo se unir e fazer um país melhor”, declarou.

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