sábado, 25 de junho de 2011

Viajar de barco exige cuidados

24.06.2011.

A dona de casa Eurides Oliveira admite que, apesar de viajar de barco pelos menos três vezes por semana, não costuma prestar atenção se todos os equipamentos de segurança estão sendo respeitados. “Já faz tanta parte da minha rotina que eu não presto atenção”, justifica ela que acredita que a responsabilidade de verificar os equipamentos de segurança é dos proprietários dos barcos.

Ainda assim, quem pretende viajar em uma das embarcações que fazem o transporte de passageiros para outros municípios do Estado precisa ficar atento às condições dos barcos disponíveis. Em caso de naufrágio ou batida, são equipamentos como o colete e a boia salva-vidas, o extintor de incêndio, a bússola, o radar e o rádio de comunicação que podem determinar a sobrevivência dos passageiros.

Mesmo que não se preocupe muito com a segurança que as embarcações oferecem, Eurides já viveu uma experiência ruim em uma pequena embarcação há anos. Sem colete, ela teve que recorrer a um travesseiro para salvar a vida quando o barco naufragou. “Não tinha colete porque era barco pequeno”, afirma.

Já o vigilante Manuel Correia nunca passou por uma situação como esta e, sempre que viaja de barco, se assegura de que jamais viverá uma experiência parecida. “Eu sempre olho se tem colete e se o barco está respeitando a lotação”. Assim como ele, a professora Eliana Campos nem embarca se perceber que estão faltando os equipamentos de segurança. “Eu fico logo de olho. Sem colete, eu não vou”.

Segundo informações da assessoria da Capitania dos Portos da Amazônia Oriental, responsável pela fiscalização das embarcações, os elementos de segurança básicos são as boias e os coletes salva-vidas, assim como o material de combate a incêndios. Porém, um elemento importante deve ser destacado: a quantidade de coletes salva-vidas deve ser o mesmo do número de passageiros, porém com um acréscimo de 10%, que seria uma taxa de reserva para crianças. A fiscalização dos equipamentos de segurança obrigatórios é feita diariamente por uma equipe que faz o patrulhamento nas orlas do Estado.

De acordo com o comandante de uma embarcação que faz o trajeto de Belém ao município de Abaetetuba, Raimundo Nonato, os barcos são vistoriados anualmente pela Capitania dos Portos. “Se não tiver todos os elementos, não pode sair. Todo ano, a Capitania vistoria se está tudo de acordo com as regras”, garante. Ainda assim, ele conta que com a aproximação do período de férias escolares, as inspeções devem ser intensificadas. “Nas férias eles abordam a gente de surpresa. Esses equipamentos não podem faltar nunca”.

Apesar da recomendação, o garçom Ismael Pinheiro, que costuma viajar de barco pelo menos uma vez por mês, não se preocupa muito com os equipamentos de segurança obrigatórios. Sentado no barco que o levaria para o município de Igarapé-Miri, ele destinava mais atenção à televisão do que para a quantidade e coletes salva-vidas que a embarcação dispunha. “Eu acho que tem colete para todo mundo”, palpita. “Não costumo prestar atenção nisso”.

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