segunda-feira, 23 de maio de 2011

ALTAMIRA/PA: Lixão traga rodovia e a vida em Altamira

23.05.2011.

Lixão traga rodovia e a vida em Altamira (Foto: Arquivo)
Lixão de Altamira já impede a passagem pela rodovia BR-230 (Foto: Arquivo)

O lixão de Altamira, localizado a menos de cinco quilômetros do centro da cidade, já começa a causar mais um novo transtorno. Moradores que fazem o trajeto até bairros próximos pela rodovia Transamazônica, a BR-230, agora têm enfrentado sérios problemas para passar pelo local.

O lixão da cidade já foi alvo de denúncias do Ministério Público Federal, que chegou multar a prefeitura por duas vezes. A última em 2008 no valor de R$ 10 milhões, mas até agora nada foi feito para solucionar o problema.

Descaso com quem é obrigado a passar por dentro do chorume, driblando urubus, e correndo risco sério de pegar uma doença ou se cortar em cacos de vidros ou outros objetos perfurantes. Há cerca de dois meses um pé humano foi encontrado por um catador de dentro do lixão. Ninguém soube dizer de onde era. Para quem convive diariamente com o problema, a situação é humilhante.

A área vem sendo utilizada pelos governos municipais para descarte do lixo há mais de 20 anos, mas desde 2009 o problema saiu do controle. Nem mesmo a multa milionária aplicada à Prefeitura de Altamira pelo Ibama - movida pelo Ministério Público Federal -, fez os caminhões coletores pararem de diariamente descarregar os detritos no local onde passa uma das maiores e mais importantes rodovias do país, a BR-230. 

VERGONHA

Arnaldo de Aguiar é motorista há quase 20 anos na região. Durante esse tempo, ele diz acumular vários prejuízos. Arnaldo também é feirante e possui uma propriedade rural próxima ao local. Ele diz que o cenário é uma vergonha.

“As autoridades esquecem quem somos. É a gente que leva o produto até a mesa da população e somos esquecidos. Isso aqui é uma vergonha”.

O trecho da rodovia que corta a cidade de Altamira é utilizada por trabalhadores da zona rural, motoristas que cortam caminho para não entrar na cidade e pessoas vizinhas à área do lixão. É muita gente sem caminho.
 
Diariamente pessoas são flagradas empurrando motocicletas. Com tanto lixo, não são somente os carros a sofrerem por aqui. Até as motocicletas têm dificuldades para passar. Quem se arrisca precisa de muita habilidade ou acaba indo parar no chão.

Hoje, quem precisa atravessar a rodovia tem que redobrar a atenção. Após anos de infiltração, o chorume ameaça a sustentação e em alguns pontos da estrada: o solo está comprometido apresentando enormes crateras, o que oferece mais perigo para quem trafega.

IMPACTOS

O maior de todos os problemas é que o aterro sanitário prometido para ser construído ainda não saiu do papel. Enquanto isso, a população sofre as consequências. O líquido que escorre de dentro do lixão vai parar no igarapé Altamira, que corta a cidade.

A fonte já foi usada para banhos no fim de tarde. As lavadeiras faziam o serviço nas águas do igarapé, e todos podiam desfrutar a beleza do local. Hoje tudo que restou são animais mortos na água, e muito lixo que desce desaguando no rio Xingu.

A prefeitura diz que o aterro é questão de tempo e que o problema da rodovia será solucionado parcialmente junto ao Dnit - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. (Diário do Pará)

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