quinta-feira, 26 de maio de 2011

REDENÇÃO/PA: Polícia investiga morte de enfermeiro em Redenção

26.05.2011.

A Polícia  Civil de Redenção está investigando dois crimes praticados contra homossexuais, que podem estar ligados com prática do crime de  Homofobia.

A semelhança dos dois casos tem despertado a curiosidade da população e dos investigadores da polícia de Redenção. No dia 16 de maio, vizinhos incomodados com um mau cheiro, foram até a casa de Rubenir da Silva, que trabalhava como chapa em uma distribuidora de bebidas e residia no setor Marechal Rondon. Ao entrarem na residência, se depararam com uma cena chocante. Após arrombarem a casa de Rubenir, os vizinhos o encontraram morto com quatro facadas na altura do peito e já em estado de decomposição.

O fato que intrigou os vizinhos e policiais que foram até o local, é que o aparelho de som e a televisão da vítima estavam ligados, assim como os cachorros da raça Pit Bull, estavam presos dentro da casa, que fora trancada por fora, e os vizinhos nada perceberam de estranho.

Segundo a polícia,  a vítima, que era homossexual, foi morta no dia 13 dentro de sua residência, após ter participado de uma marcha cristã, promovida pela igreja evangélica da qual ele era integrante.

Segundo as poucas informações colhidas pela reportagem na Delegacia de Redenção, Rubenir foi assassinado por alguém que ele conhecia e tinha intimidade.

No último final de semana, um outro crime aconteceu contra um homossexual, com os mesmos requintes de perversidade.

O corpo do enfermeiro Elias Mendes Cruz, de 33 anos, foi encontrado por familiares, dentro da residência dele apresentando sinais de tortura e violência sexual. Elias Mendes morava sozinho no setor Capuava II. Ele foi enforcado com um lençol e teve suas mãos amarradas para trás e com sinais de ter sofrido abuso sexual.

Assim como no caso do chapa Rubenir, a polícia acredita que este crime tenha sido cometido por mais de uma pessoa.  À semelhança do primeiro crime, os assassinos deixaram o aparelho de som e a televisão ligados, para não despertar a atenção dos vizinhos.

O corpo do enfermeiro, que também era homossexual, só foi encontrado na última segunda-feira (23) por uma sobrinha dele, que sentiu a ausência dele no final de semana. O corpo estava em avançado estado de decomposição.

Vizinhos da vítima contam que na noite da última sexta-feira (20), viram alguns rapazes na casa do enfermeiro, mas não desconfiaram de nada, pelo fato dele sempre levar rapazes para sua residência.

O delegado Carlos Eduardo, que está cuidando do caso da morte do enfermeiro, não quis adiantar nada sobre o assunto para não atrapalhar as investigações. Segundo o delegado, ele está cruzando as informações com o primeiro caso, para ver se realmente existe alguma ligação.

Ele não descarta a hipótese de haver um caso de homofobia, mas isso somente as investigações e a elucidação dos casos é que vão revelar a verdade sobre as mortes.

Os setores Marechal Rondon e Capuava II ficam bem distantes um do outro.

A revelação de que Rubenir era homossexual foi uma surpresa para alguns integrantes da igreja na qual ele frequentava. “Ele não demonstrava que era gay, mas, mesmo se fosse, não merecia ser morto da forma como foi”, disse uma colega da igreja.

Já o enfermeiro Elias, era homossexual assumido, mas muito discreto. “Ele era um cara na dele, não fazia mal a ninguém, foi muita crueldade que fizeram com ele”, disse a enfermeira Maria José Gomes. Elias era uma pessoa muito conhecida e um excelente profissional, tendo trabalhado em diversos hospitais da cidade de Redenção. (Paulo Carrion/Diário do Pará)

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