sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

No reinado das chuvas, só com muita paciência

No reinado das chuvas, só com muita paciência

No reinado das chuvas, só com muita paciência (Foto: Diário do Pará)
A chuva mudou e uniu-se à ‘hora do rush’ (Foto: Diário do Pará)
Mais um fim de tarde chuvosa na típica Belém. A chuva que era esperada às 14 horas agora tem deixado para “cair” somente depois das 16 horas. Todos os anos, na mesma época, vêm os temporais e com eles os alagamentos que atormentam os moradores de lugares como a avenida João Paulo II, as ruas Pariquis, Mundurucus e muitas outras.
A chuva que durou apenas duas horas ontem mudou completamente a rotina de pessoas que tiveram suas ruas e casas invadidas pelas águas. Na avenida João Paulo II, mesmo para os novos moradores o problema já parece velho e persistente. “Quando chove, temos duas opções, ficamos em casa ou enfrentamos a água. Mas infelizmente não podemos nos dar ao luxo de ficar. O jeito é enfrentar a maré que se forma em frente de casa”, conta o funcionário público Marcus Vinícius Viana, que mora no local há apenas dois meses.
Assim como as águas transformam as cenas da cidade em meio ao caos, também a transformam em uma grande área de lazer. “Para as crianças ter esse ‘rio’ em frente de casa é uma alegria”, comentou Viana. Ele afirma que toda vez que chove as crianças aproveitam para tomar banho, alheias aos riscos de doenças que as águas paradas trazem, como a leptospirose. Também aproveitam para ganhar dinheiro. “Os carros que se arriscam aqui, algumas vezes perdem as placas dos carros e as crianças aproveitam para vendê-las depois”.
No centro da cidade, a confusão por causa da água da chuva não é diferente. Na rua dos Pariquis, entre Alcindo Cacela e 14 de março, o perímetro estava interditado por tanta água. “As pessoas que moram nesse quarteirão não conseguem sair de casa. A não ser que estejam dispostas a meter os pés na água”, contou a dona de casa Lúcia Gomes.
Também morador do mesmo perímetro, o músico Delcley Machado afirma que o alagamento no local já é comum. “Há muitos anos temos esse problema. E o caos não é somente agora. Depois que a água seca, ficam a lama e o lixo. O cheiro é insuportável”.
A professora Lídia Santos reclama das condições no local. “Sempre tivemos esse problema e parece que a prefeitura só resolve fazer a obra em época de chuva. Aí a situação piora ainda mais”.
TRÂNSITO
Mesmo as poucas horas em que a chuva caiu na capital paraense foram suficientes para transformar o trânsito já caótico em um cenário ainda pior. Na principal avenida de escoamento da cidade, a Almirante Barroso, formou-se um imenso congestionamento que se iniciava em frente ao Bosque Rodrigues Alves rumo a Ananindeua.
Na Pariquis, onde apenas um quarteirão estava alagado, carros de passeio, ônibus e motoqueiros voltavam pela contramão, com receio de atravessar pelo meio do rio que se formou na rua. Poucos eram os corajosos que se aventuravam em passar pelo meio sem saber o que havia por baixo das águas. (Diário do Pará)

Nenhum comentário:

Postar um comentário