No reinado das chuvas, só com muita paciência
                          A chuva mudou e uniu-se à ‘hora do rush’ (Foto: Diário do Pará)
Mais um fim de tarde chuvosa na  típica Belém. A chuva que era esperada às 14 horas agora tem deixado  para “cair” somente depois das 16 horas. Todos os anos, na mesma época,  vêm os temporais e com eles os alagamentos que atormentam os moradores  de lugares como a avenida João Paulo II, as ruas Pariquis, Mundurucus e  muitas outras.
A chuva que durou apenas duas horas  ontem mudou completamente a rotina de pessoas que tiveram suas ruas e  casas invadidas pelas águas. Na avenida João Paulo II, mesmo para os  novos moradores o problema já parece velho e persistente. “Quando chove,  temos duas opções, ficamos em casa ou enfrentamos a água. Mas  infelizmente não podemos nos dar ao luxo de ficar. O jeito é enfrentar a  maré que se forma em frente de casa”, conta o funcionário público  Marcus Vinícius Viana, que mora no local há apenas dois meses.
Assim como as águas transformam as cenas  da cidade em meio ao caos, também a transformam em uma grande área de  lazer. “Para as crianças ter esse ‘rio’ em frente de casa é uma  alegria”, comentou Viana. Ele afirma que toda vez que chove as crianças  aproveitam para tomar banho, alheias aos riscos de doenças que as águas  paradas trazem, como a leptospirose. Também aproveitam para ganhar  dinheiro. “Os carros que se arriscam aqui, algumas vezes perdem as  placas dos carros e as crianças aproveitam para vendê-las depois”.
No centro da cidade, a confusão por  causa da água da chuva não é diferente. Na rua dos Pariquis, entre  Alcindo Cacela e 14 de março, o perímetro estava interditado por tanta  água. “As pessoas que moram nesse quarteirão não conseguem sair de casa.  A não ser que estejam dispostas a meter os pés na água”, contou a dona  de casa Lúcia Gomes.
Também morador do mesmo perímetro, o  músico Delcley Machado afirma que o alagamento no local já é comum. “Há  muitos anos temos esse problema. E o caos não é somente agora. Depois  que a água seca, ficam a lama e o lixo. O cheiro é insuportável”.
A professora Lídia Santos reclama das  condições no local. “Sempre tivemos esse problema e parece que a  prefeitura só resolve fazer a obra em época de chuva. Aí a situação  piora ainda mais”.
TRÂNSITO
Mesmo as poucas horas em que a chuva  caiu na capital paraense foram suficientes para transformar o trânsito  já caótico em um cenário ainda pior. Na principal avenida de escoamento  da cidade, a Almirante Barroso, formou-se um imenso congestionamento que  se iniciava em frente ao Bosque Rodrigues Alves rumo a Ananindeua.
Na Pariquis, onde apenas um quarteirão  estava alagado, carros de passeio, ônibus e motoqueiros voltavam pela  contramão, com receio de atravessar pelo meio do rio que se formou na  rua. Poucos eram os corajosos que se aventuravam em passar pelo meio sem  saber o que havia por baixo das águas. (Diário do Pará)
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