quarta-feira, 6 de abril de 2011

PARÁ: Samu volta à greve contra privatização

06.04.2011

Samu volta à greve contra privatização


Samu volta à greve contra privatização (Foto: Adauto Rodrigues)
Apenas 30% dos serviços do Samu funcionaram (Foto: Adauto Rodrigues)

Os servidores do Sistema de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) paralisaram nesta terça-feira (5) durante 12 horas o atendimento à população da capital paraense. A suspensão começou às 7h, por causa da possível terceirização do serviço. Apenas 30% das ambulâncias e dos serviços obrigatórios, como atendimento de trauma na rua, funcionaram.

“Ficamos sabendo (da terceirização) por uma notícia no DIÁRIO e estamos cobrando um retorno da prefeitura, mas até agora nada”, diz Carlos Costa, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde (Sindsaúde) em Belém.

Está prevista a terceirização dos setores administrativo, de infraestrutura, manutenção e técnica. A mudança atingirá cerca de 150 funcionários e acarretará, segundo o Sindsaúde, na redução pela metade do salário dos que permanecerem. Caso da servidora Sílvia Almeida: “Vai ser retirado mais de mil reais do nosso salário. 

Com os empréstimos que temos em contracheque, não vai sobrar nada. Vamos viver do quê?”

Os manifestantes dizem temer a precarização do serviço. “Corre o risco do serviço ficar pior ainda com a privatização. Já somos um número bastante reduzido, se houver cortes, o serviço pode parar”, denunciou um dos servidores que não quis se identificar.

Durante todo o dia foi redigida uma carta de reivindicações que foi encaminhada à sede da prefeitura. As principais exigências são a transparência no processo de terceirização, explicando os motivos e soluções para os funcionários que serão desligados, e a incorporação das gratificações do abono 192, que é de um salário mínimo mais escolaridade.

No documento, o Sindsaúde estipula um prazo até amanhã, data da nova assembleia da categoria, para que a prefeitura ou a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) inicie negociação com os servidores. Em caso contrário, os servidores podem continuar a paralisação.

Segundo a Sesma, os serviços de vários setores do Samu são terceirizados desde a sua criação, e de acordo com o que preconiza a lei do Sistema Único de Saúde (8.080/90), como serviços de transporte e manutenção.

De acordo com a Sesma, a terceirização deve acontecer para evitar a renovação de contratos de custo alto. A Prefeitura de Belém, através da Secretaria Municipal de Administração (Semad), preparou o edital que deverá ser publicado em breve, abrindo concorrência a empresas de todo o Brasil. À Sesma caberá apenas a coordenação técnica do serviço e da equipe de profissionais, como médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem.

Secretário questiona credibilidade do movimento

Titular da Sesma, Sérgio Pimentel afirmou que o Sindsaúde não tem legitimidade para representar os trabalhadores do Samu. “O Sisbel é que desempenha esse papel, mas na verdade o que o Sindsaúde quer, tem como base uma informação falsa. Eles não têm interesse em melhorar as condições de trabalho dos servidores do Samu, estão é com interesses políticos e tentam manipular a opinião pública”, frisou.

Segundo ele, os serviços terceirizados existem dentro do Samu para executar a manutenção e limpeza das ambulâncias, call center, e outros serviços de apoio e infraestrutura. “Queremos melhorar as condições para os que trabalham lá, pois é uma reivindicação antiga. A nossa intenção era ter uma empresa apenas prestando todos os serviços, mas tivemos que contratar várias, de forma permitida pelo Ministério da Saúde”, informou, citando a lei do Sistema Único de Saúde (8.080/90). (Diário do Pará)

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